O Facebook anunciou que vai fazer uma pausa em seu projeto de criar uma versão do Instagram apenas para crianças. A medida enfrentou polêmicas desde que foi sugerida e diversos políticos e juristas dos Estados Unidos foram contrários à criação da plataforma. Agora, a empresa diz que vai “trabalhar com pais, especialistas e legisladores para demonstrar o valor e a necessidade deste produto”.
A decisão foi anunciada após 44 procuradores dos EUA assinarem um manifesto pedindo que o Facebook abandonasse a ideia de criar o Instagram para crianças. Apesar disso, o Facebook nega que voltou atrás devido às críticas que recebeu.
“Os críticos do ‘Instagram Kids’ verão isso como um reconhecimento de que o projeto é uma má ideia. Não é o caso”, escreveu o chefe do Instagram Adam Mosseri. “A realidade é que as crianças já estão online e acreditamos que desenvolver experiências adequadas à idade, projetadas especificamente para elas, é muito melhor para os pais do que onde estamos hoje”, completou.
O argumento da rede social é de que as crianças estão acessando a internet cada vez mais cedo e é preciso criar uma plataforma segura para elas, evitando assim que esse público entre em redes como o próprio Instagram, no qual o uso é permitido a partir dos 13 anos.
Críticas contra o Instagram para crianças
“Começamos este projeto para abordar um problema importante visto em nosso setor: as crianças estão adquirindo telefones cada vez mais jovens, deturpando sua idade e baixando aplicativos destinados a pessoas com 13 anos ou mais”, disse ainda Mosseri.
“Uma parte importante do que estamos desenvolvendo para ‘Instagram de crianças’ é uma maneira dos pais supervisionarem o uso do Instagram por seus filhos. Enquanto pausamos nosso desenvolvimento de ‘Instagram Kids’, continuaremos nosso trabalho para permitir que os pais supervisionem as contas de seus filhos, expandindo essas ferramentas para contas de adolescentes (com 13 anos ou mais) no Instagram”, finalizou o chefe da plataforma.
As principais críticas contra a rede social infantil se dão pela privacidade e segurança. Recentemente, documentos internos do Facebook divulgados pelo The Wall Street Journal revelam que a empresa sabe que o Instagram é prejudicial para jovens e adolescentes. Em tese uma nova plataforma não pode garantir que isso não vai se repetir.
“A abordagem alternativa que o Facebook parece prestes a adotar – especificamente, empurrar as crianças a se inscreverem em uma nova plataforma que pode representar ameaças à privacidade e ao bem-estar dos jovens usuários – envolve sérios desafios e pode fazer mais mal do que bem”, escreveu o grupo de legisladores.
